No mês passado, governo previa contração de 2,44% para o PIB.
Para o mercado, porém, queda do PIB neste ano será maior que 3%.
Do G1, em Brasília
O governo federal reduziu oficialmente sua projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para 2,8%, informaram os Ministério do Planejamento e da Fazenda nesta terça-feira (27). A nova estimativa consta do documento divulgado para embasar a revisão da meta de resultado fiscal deste ano - que passou para um rombo de R$ 51,8 bilhões para as contas do governo, podendo ser maior ainda sem o leilão de hidrelétricas previsto para este ano.
"Refletindo esse quadro, a grade de parâmetros preparada pela Secretaria de Política Econômica [do Ministério da Fazenda] em outubro de 2015 projeta redução real do PIB de 2,8% este ano. Esta é a grade de parâmetros adotada pelo governo federal na projeção das suas receitas", informou o governo. Se confirmada, a previsão do governo representará a maior contração do PIB em 25 anos, ou seja, desde 1990, quando foi registrada uma queda de 4,35%.
No mês passado, a previsão do governo era de um retração de 2,44% no PIB deste ano.
Para os economistas do mercado financeiro, porém, o PIB deverá ter uma queda maior ainda em 2015: superior a 3%. O Banco Central estimou, no último relatório de inflação, divulgado no final de setembro, uma contração de 2,7% para a economia brasileira neste ano.
Revisão da meta fiscal de 2015
Os Ministérios do Planejamento e da Fazenda anunciaram nesta terça que a meta de déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) será alterada para R$ 51,8 bilhões - o maior rombo fiscal da história - para as contas do governo.
Os Ministérios do Planejamento e da Fazenda anunciaram nesta terça que a meta de déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) será alterada para R$ 51,8 bilhões - o maior rombo fiscal da história - para as contas do governo.
O valor não incorpora as chamadas "pedaladas fiscais" - que são os atrasos de pagamentos do governo a bancos públicos, de modo que o déficit tende a ser maior ainda neste ano.
No documento enviado ao Congresso, entretanto, o governo diz que a meta de déficit poderá ser elevada caso estes valores sejam pagos ao FGTS, ao BNDES, ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal.
A equipe econômica informa ainda que a previsão de rombo de R$ 51,8 bilhões meta conta com a expectativa de R$ 11,05 bilhões do bônus de concessão do leilão de hidrelétricas. Caso essa receita seja frustrada, diz o documento, o déficit primário poderá ser maior ainda - de R$ 62,87 bilhões para as contas do governo federal.
A equipe econômica informa ainda que a previsão de rombo de R$ 51,8 bilhões meta conta com a expectativa de R$ 11,05 bilhões do bônus de concessão do leilão de hidrelétricas. Caso essa receita seja frustrada, diz o documento, o déficit primário poderá ser maior ainda - de R$ 62,87 bilhões para as contas do governo federal.
Justificativas do governo
"As expectativas de crescimento do PIB para 2015, que orientam as projeções fiscais do governo federal, geradas pela agregação das estimativas produzidas pelo mercado e coligidas pelo Banco Central do Brasil, sofreram repetidas reduções ao longo do ano. Em julho, o indicador das expectativas de crescimento do PIB para 2015 estava próximo de -1,7%, caindo para as cercanias de -2% nos meses seguintes. Mais recentemente, houve uma aceleração desta queda, com a previsão se aproximando de uma contração de 3%", informaram os Ministérios da Fazenda e do Planejamento.
"As expectativas de crescimento do PIB para 2015, que orientam as projeções fiscais do governo federal, geradas pela agregação das estimativas produzidas pelo mercado e coligidas pelo Banco Central do Brasil, sofreram repetidas reduções ao longo do ano. Em julho, o indicador das expectativas de crescimento do PIB para 2015 estava próximo de -1,7%, caindo para as cercanias de -2% nos meses seguintes. Mais recentemente, houve uma aceleração desta queda, com a previsão se aproximando de uma contração de 3%", informaram os Ministérios da Fazenda e do Planejamento.
Segundo análise da equipe econômica, essa "revisão de expectativas e dificuldade de previsão" se explicam porque uma "diminuição da atividade econômica dessa magnitude é fora do comum, mesmo considerando a repercussão direta da queda dos preços das matérias primas e a expectativa de aumento das taxas de juros americanas".
O governo acrescentou que essa deterioração das expectativas tem sido "contemporânea" do aumento da probabilidade de reduções da nota da dívida soberana brasileira pelas outras agências especializadas (Moodys, Fitch e Standard & Poors revisaram para baixo a nota brasileira nos últimos meses).
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