terça-feira, 20 de outubro de 2015

Marcha promovida pela Igreja Católica, dá exemplo de cidadania no Recife

Publicado por Letícia Lins às 8:00
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Não parece, mas cerca de 150 mil pessoas haviam passado na Avenida Boa Viagem, minutos antes. Limpeza é exemplo de cidadania. (Foto: Letícia Lins)



A história sempre se repete em qualquer cidade do Estado. Acabou um evento, a montanha de lixo fica no meio da rua. Pode ser uma corrida, uma marcha, um show. O Recife não é exceção. Basta passar em algum lugar onde tenha ocorrido alguma daquelas manifestações, para se ver o tamanho da bagaceira. Pois no último domingo, tivemos a exceção da regra.  Organizada pela Igreja Católica,  a Marcha “Sim à Vida” terminou funcionando como exemplo de cidadania a ser seguido. Assuntos polêmicos, como eutanásia e aborto à parte, o que ela comprovou, também, foi que é possível colocar milhares de pessoas na rua, sem que se deixe detritos no chão. A foto mostra isso. Minutos antes, cerca de 150 mil pessoas haviam passado na Avenida Boa Viagem, à beira mar. Prestem atenção às condições da pista, na foto acima. Lixo, zero.
E não houve segredo. Segundo o Coordenador da Pastoral de Comunicação da Arquidiocese de Olinda e Recife, Padre Luciano Brito, o método adotado para manter a pista limpa foi muito simples. A marcha contou com quatro trios elétricos. Em cada um, “havia dois sacos imensos”, para que o lixo produzido fosse depositado. “Além disso, 30 casais, um total de 60 pessoas, ficaram com a função de recolher o que fosse jogado no chão”, conta Maria Cristina da Silva. Ela é  da Comissão Arquidiocesana Vida e Família, e participou da organização do evento. “Vamos deixar a pista ainda mais limpa do que em 2014″, comemorava o Bispo de Afogados de Ingazeira, Dom Egídio Bisol. “A Marcha sempre teve essa preocupação de recolher todo o lixo, deixar a avenida completamente limpa”, afirma Cristina. Tanto é verdade o fato, que, ao contrário do que sempre ocorre em movimentações como estas, as equipes de limpeza da Emlurb não precisaram ser mobilizadas. Seria sempre assim, se a lei fosse seguida. Mas antes mesmo da vigência da 17.996, sancionada em 2014 pelo Prefeito Geraldo Júlio (PSB), a Marcha já deixava a avenida completamente limpa. Um tipo de iniciativa que deveria servir de exemplo para todos os recifenses.
A Lei obriga à apresentação de plano e execução de limpeza no local do evento, no momento em que é solicitada a autorização à Prefeitura, para sua liberação.” A entrega da área deve estar nas mesmas condições de limpeza, no prazo de 24 horas”, diz a legislação. Ao mesmo tempo, estabelece três tipos de penalidade: advertência, multas e suspensão do alvará. As multas vão de R$ 2 mil a R$ 4 mil na primeira reincidência, de R$ 5 a R$ 10 mil na segunda, e chega a R$ 15 mil, na terceira. No caso de um novo desrespeito, a empresa pode ter o seu alvará cassado. O período estabelecido para se considerar a ocorrência do mesmo erro vai de três a quatro meses. Apesar da grande quantidade de eventos que ocorrem na Capital, no entanto, desde o ano passado, a Lei só foi aplicada três vezes. E lixo se vê de sobra em eventos realizados em parques, praias, avenidas e até em recantos pitorescos da cidade, como o Marco Zero. “Há um grupo de trabalho maior na questão de fiscalizar e monitorar esse tipo de atividade”, afirma a Emlurb.  E complementa: “Para que a empresa venha a promover evento privado em espaços públicos, deve acessar ao site da PCR e preencher um formulário modelo de plano de limpeza. Após isso, a empresa deverá levar o documento à Emlurb para aprovação ou não. Se houver algum desrespeito à legislação em vigor, a empresa poderá ser multada”. Até parece….

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