Créditos:Publicado por Raissa Ebrahim às 8:00
A greve dos bancários entra hoje no 15º dia e, em algumas agências, já começa a faltar dinheiro nos caixas eletrônicos e envelopes de depósito de dinheiro e cheque. A paralisação não tem data para terminar. Há 12 anos consecutivos, a categoria cruza os braços. Nesse período, conquistou anualmente ganho real de salário e valorização do piso. Mas, em 2015, os banqueiros, denunciam os trabalhadores, não estão nem dando sinal de que estão dispostos a conversar.
A presidente do Sindicato dos Bancários em Pernambuco, Suzineide Rodrigues, lembra que, enquanto as empresas lucram exorbitantemente e cobram dos consumidores juros recordes, oferecem à categoria um reajuste salarial de 5,5%, quase a metade da inflação acumulada nos últimos 12 meses no Brasil (9,49%), segundo o IBGE.
Os trabalhadores querem uma correção de 16%, além de valorização do piso no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.299,66 em junho), PLR de três salários mais R$ 7.246,82, combate às metas abusivas e ao assédio moral, melhores condições de trabalho, fim da terceirização e proteção ao emprego, vales-alimentação e refeição maiores.
Os trabalhadores querem uma correção de 16%, além de valorização do piso no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.299,66 em junho), PLR de três salários mais R$ 7.246,82, combate às metas abusivas e ao assédio moral, melhores condições de trabalho, fim da terceirização e proteção ao emprego, vales-alimentação e refeição maiores.
As cinco maiores instituições (Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) alcançaram juntas resultado de R$ 36,3 bilhões no primeiro semestre, crescimento de 27,3% ante o mesmo período do ano passado. “Vamos começar a pressionar ainda mais, porque os bancos estão radicalizando. Não fomos mais convocados para conversar. A última vez que houve diálogo foi em 25 de setembro. Em 2 de outubro, enviamos correspondência nos colocando à disposição para conversar. E, até agora, nada”, reclama Suzineide. A paralisação começou no dia 6, após cinco rodadas de negociações sem sucesso.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), por sua vez, argumenta que a proposta que fez de reajuste salarial, pagamento de abono e participação nos lucros foi recusada pelas lideranças sindicais. A entidade diz ainda que aguarda uma nova proposta dos bancários para prosseguir com as negociações.
A adesão, de acordo com o sindicato, já chega a 100% nos bancos do interior. Na Região Metropolitana do Recife, 98% dos bancos públicos estão com atendimento paralisado. Nos bancos privados, o percentual é menor, de 67%. A média geral de adesão no Estado é de 87%. Pernambuco tem hoje 620 agências e cerca de 12 mil bancários. Cada unidade, segundo Suzineide, está com uma contingência mínima de três pessoas. Nos últimos 12 anos, o ano em que a greve durou mais tempo foi 2004, com 30 dias de paralisação.
ORIENTAÇÕES
Com o atendimento parado, o jeito é recorrer a caixas eletrônicos, internet banking, mobile banking e operações por telefone e correspondentes (casas lotéricas, Correios, supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados). Caso o cliente precise entrar em contato com o credor para solicitar outra via de pagamento, é bom documentar esse pedido, solicitando, por exemplo, o envio de um e-mail ou anotando o número de protocolo de atendimento. Isso para que, caso o fornecedor não cumpra com a obrigação, haja provas na hora de reclamar.
Por causa do horário de verão, que começou de sábado para domingo, as agências do interior de Pernambuco devem antecipar o atendimento em uma hora. No Recife e região metropolitana (Abreu e Lima, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Cabo de Santo Agostinho, São Lourenço da Mata, Igarassu, Ipojuca, Goiana, Escada, Moreno, Ilha de Itamaracá e Araçoiaba), as agências devem manter o horário, mas algumas operações, como aplicações e depósitos compulsórios, só são feitas até as 15h.
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