segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Investigações de escândalos são 'revolução', diz Lewandowski



O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, elogiou as investigações sobre casos de corrupção no Brasil e manifestou apoio ao juiz federal Sergio Moro, que nesta segunda (19) abriu mais uma ação penal contra o presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, decretando ainda nova prisão preventiva do empresário.

Em palestra num centro de estudos de Washington, Lewandowski afirmou que as investigações são resultado da independência dos juízes. "O que está ocorrendo agora, eu diria que é uma revolução,
porque o Judiciário está cuidando dos escândalos. Eu não tenho dúvida de que tudo virá à tona", disse.

Diante de uma platéia formada em sua maioria por estrangeiros no centro de estudos Diálogo Interamericano, o ministro afirmou que as investigações estão sendo "muito bem conduzidas".

"Nós temos algumas sentenças muito duras. Alguns executivos no Brasil já foram condenados a passar 15, 20 anos na cadeia, é algo realmente muito novo", enfatizou.

Lewandowski afirmou estar "muito orgulhoso" dos juízes brasileiros e mencionou em particular o titular da Lava Jato, Sergio Moro, embora não nominalmente, destacando que ele está processando e investigando "figurões" ligados à corrupção na Petrobras.

"Ninguém está interferindo na investigação. Nem mesmo eu, como presidente do STF e do CNJ [Conselho Nacional de Justiça], posso dar um telefonema e dizer: por favor, pare a investigação", afirmou o ministro.

As declarações foram feitas em resposta a questões da platéia. Dois dos presentes quiseram saber sobre as investigações de escândalos no país, após uma apresentação de Lewandowski sobre o sistema judiciário brasileiro. O ministro relativizou a crise política e econômica vivida pelo Brasil, afirmando que outros países também passam por dificuldades.

"Em muitos lugares há crises econômicas e políticas, como Espanha, Reino Unido, Portugal" disse. "Você tem guerras civis no Oriente Médio, conflitos no norte da África, no sul da África, na Ámerica do Sul, na Ucrânia".
Lewandowski reconheceu, porém que os problemas internos do Brasil colocam o país numa "situação extrema". Mas tentou finalizar em tom otimista. "Muitos acreditam e dizemos isso no Brasil, que o Brasil é o país do futuro", afirmou, rindo.

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