Quando questionado sobre a cassação do mandato de Eduardo Cunha, Bolsonaro desconversou: "Depois a gente conversa". Foto: Hesíodo Góes/Esp DP/D.A Press |
Todos se espremiam para apertar as mãos do deputado, conseguir autógrafo ou tirar uma foto com ele, que foi ovacionado e chamado de “mito, mito, Bolsomito, Bolsomito”. Ao chegar ao estacionamento do aeroporto, o parlamentar subiu numa Pajero Dakar de cor preta e discursou de um megafone para a plateia que cantava o Hino Nacional de forma fervorosa. O mesmo público que pedia “fora, Dilma, for a Dilma” e enaltecia o golpe militar de 1964.
Em meio aos discursos, Bolsonaro, que foi acompanhado do deputado estadual Joel da Harpa (PROS), botou um óculos escuro,que virou meme na internet, abriu os braços e foi ovacionado mais uma vez pelos que estavam presentes, visivelmente militantes espontâneos (não pagos). “Muito obrigado pela recepção. Eu peço a Deus que eu possa retribuir todo esse apoio. Podem ter certeza que o Brasil é nosso!”, discursou o deputado, sentado em cima de veículo.
Um dos repórteres presentes na recepção (Anderson Bandeira) se pendurou no carro, espremido pela multidão, e perguntou ao deputado o que ele tinha achado sobre a escolha do relator do processo de cassação no Conselho de Ética contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Primeiro a Dilma”, respondeu. “Depois a gente conversa”, acrescentou, ao ser mais uma vez questionado sobre o colega de parlamento, que está sendo alvo de várias denúncias. "Não existe corrupto sem corruptor. Corruptor é a Dilma e o Lula. O inimigo do Brasil é o PT e a Dilma", disse, personalizando a corrupção.
"Por que pode ser comunista e não pode ser nazista?", esbravejou um dos skinheads que estavam na recepção a Bolsonaro. Na foto, o filho do deputado, Flávio. Foto: Hesíodo Góes/Esp DP/D.A Press |
Outro adolescente, de 17 anos, foi indagado se ele não lamentava o fato de Bolsonaro já ter ofendido uma deputada, ao dizer que ele não merecia ser estuprada por ser feia. “Ele não disse isso”, negou o rapaz, acrescentando que a deputada realmente “não merecia ser estuprada”. “Bolsonaro tem um projeto de lei para castração química de estuprador”, defendeu.
Vários políticos vieram de Brasília no mesmo voo do parlamentar. Alguns foram vaiados pelos fãs de Bolsonaro, como foi o caso do ex-prefeito do Recife João Paulo. Foto: Hesíodo Góes/DP/D.A Press |
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