quarta-feira, 11 de novembro de 2015

PSDB na Câmara pedirá no plenário afastamento de Cunha da presidência

Partido adotará postura mais crítica em relação ao presidente da Câmara. Decisão foi tomada pela bancada, que deverá divulgar uma nota nesta quarta




Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília

Após se reunir na noite desta terça-feira (10), a bancada do PSDB decidiu pedir no plenário o afastamento do presidente da CâmaraEduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo por conta das acusações de ter se beneficiado do esquema de corrupção na Petrobras.

Investigado na Operação Lava Jato, Cunha responde a inquéritos no Supremo Tribunal Federal(STF) e é alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara por suposta quebra de decoro parlamentar. Segundo o Ministério Público Federal, Cunha recebeu propinas do esquema e mantém contas secretas na Suíça. O peemedebista nega ser proprietário de contas no exterior, mas admitiu ter o usufruto de ativos administrados por um truste na Suíça.

Segundo o vice-líder do PSDB, Nilson Leitão (MT), a bancada tucana divulgará nesta quarta-feira (11) uma nota pedindo a saída de Cunha. O posicionamento também será defendido pela primeira vez na tribuna do pléario
Há algumas semanas, o partido já havia soltado uma nota conjunta com outros partidos da oposição, mas evitava fazer cobranças diretas a ele no plenário. A estratégia até então era permanecer ao seu lado em troca de que desse andamento ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Chegamos num limite porque entendemos que isso prejudica o Brasil e não podemos ser usados como barganha. Vamos pedir o afastamento dele e deixar clara a posição dos membros do partido no Conselho de Ética, que, se não houver prova convincente, eles serão contrários ao presidente”, disse Leitão.

O líder da minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), afirmou ainda que, na reunião, ficou decidido que os representantes da legenda não participarão mais dos almoços realizados às terças pelo presidente Cunha com aliados na sua residência oficial. O objetivo é marcar a mudança de postura da legenda.

Nos encontros, além da pauta de votação, eles discutiam outros assuntos – nesta terça, por exemplo, Cunha comentou sobre a estratégia da sua defesa às acusações de manter contas e mostrou aos presentes dois passaportes com carimbos de viagens que comprariam os negócios que fez na África na década de 1980 – e que comprovariam o dinheiro nas contas atribuídas a ele na Suíça.

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